Hearts of Fire
Sinopse:
Depois da morte de Kurosaki Karin e da mesma inscrever-se na Academia Shinigami e conhecer uma estranha rapariga de cabelos magenta e olhos azuis tão claros que pareciam branco as coisas não podiam ir melhor na Soul Society!
Mas nada fica sossegado por muito tempo, Kurosaki Karin e Ishikawa Kiyomi, e outros dois prodígios irão fazer um exame de admissão para as 13 Gotei onde Karin e Kiyomi conseguem passar. Mas numa missão as coisas podem mudar!
Elas teram que fazer uma escolha quando encontrarem aquele que vai por a Soul Society em perigo!
Elas vão ter que aprefeiçoar as suas técnicas de combate e prepararem-se para o que vai por ai!
Sempre juntas e leais, uma a outra!
Mas por quanto tempo elas conseguiram manter a farsa?
Por quanto tempo vão puder esconder aquilo que sentem?
Mas nada fica sossegado por muito tempo, Kurosaki Karin e Ishikawa Kiyomi, e outros dois prodígios irão fazer um exame de admissão para as 13 Gotei onde Karin e Kiyomi conseguem passar. Mas numa missão as coisas podem mudar!
Elas teram que fazer uma escolha quando encontrarem aquele que vai por a Soul Society em perigo!
Elas vão ter que aprefeiçoar as suas técnicas de combate e prepararem-se para o que vai por ai!
Sempre juntas e leais, uma a outra!
Mas por quanto tempo elas conseguiram manter a farsa?
Por quanto tempo vão puder esconder aquilo que sentem?
Capitulo 1
*Eu costumava ser odiada pelas pessoas ao meu redor…*
*Eu costumava estar sozinha…*
*Eu costumava andar sem rumo algum…*
*Eu costumava ser um zé-ninguém…*
(…)
Inuzuri, 78º distrito do Rukongai. Conhecido também pelo nome de “O Beco das Almas Flutuantes do Sul”. Era um dos distritos mais calmos do Rukongai embora a pobreza fosse ao contrário. As almas que paravam ali quase não tinham por onde começar, era quase impossível entrar ou constituir uma família com a enorme pobreza que imanava naquele lugar. E isso era provado ao olharmos para várias crianças de almas quebradas que a única maneira que achavam para sobreviver era roubar aos comerciantes.
-Já viu aquela rapariga?
-Sim, sim! Dizem que quem olhar para ela irá ser queimado em três segundos e só restaram as cinzas.
-Alguém como ela deveria ser morta pelos shinigamis.
-Não seja parva, os shinigamis têm mais do que fazer.
-Está querendo fazer isso pelas próprias mãos?
-Não, claro que não.
-No entanto ninguém a quer ajudar, ela é uma aberração, um monstro, uma maldição.
O lixo jogado contra seu corpo era ignorado por aquela alma sozinha e solitária, era como se nem sentisse o impacto que as latas ou vidro causavam. Andava sem rumo, querendo achar um lugar onde seria aceite. Não tinha matado ninguém por querer, não iam morrer se a olhassem nos olhos, era tudo um mal-entendido. Sim, era verdade que queimará uma pessoa até só restar as cinzas mas tinha acontecido algo antes. Sim, era inocente e no entanto, não era.
A pessoa que morrerá queimada fora a pessoa que a maltratava, que a encontrará inconsciente na floresta e dissera que ela lhe pertencia. Ela não se lembrava de quem era, tinha perdido a memória e não sabia onde estava. Os maltratos pelo homem estavam presentes nos seus pulsos e tornozelos, as correntes que lhe tinham posto tinham deixado marcas. Marcas aquelas que lhe traziam más e dolorosas memórias. O queimará vivo quando o mesmo a baterá e a irritará causando o acidente.
-Os olhos dela são os mais assustadores, quem é que tem os seus olhos azuis de um quase branco?
-Tens razão, mas o cabelo dela também é estranho. Onde já se viu cabelos magenta quase vermelhos.
-Ela é um zé-ninguém.
(…)
*Eu costumava ignorar tudo o que eles diziam!*
*Eu costumava fingir não sentir a dor das palavras ditas!*
*Mas na verdade, só queria chorar!*
(…)
A brisa soprava leve e calma mas era forte o suficiente para levantar poeira e alguns papéis caídos no chão, onde um deles prendeu-se nos pés da rapariga de olhos azuis quase brancos e cabelos magenta quase vermelhos. Olhou para baixo e viu o que era, uma publicidade para a entrada para a Academia de Shinigamis. Olhou para o céu e depois olhou ao seu redor percebendo os olhares de desprezo e frieza. Suspirou alto e inclinou-se para a frente apanhando o papel. Olhou com muita atenção e no fundo estava a data onde as inscrições iam ser encerradas. Tinha até as três da tarde para se inscrever na Academia.
Dobrou o papel em dois e começou a andar em direção da Academia, ia demorar algum tempo para lá chegar mas com muito esforço e passando por atalhos que a mesma conhecia conseguiu chegar a Academia vinte minutos antes de as inscrições fecharem. Respirou fundo tentando tranquilizar a sua respiração ofegante antes de entrar por os enormes portões. Pôs a mão livre no peito sentindo seu coração bater aceleradamente. Deu dois passos e parou, olhou o céu como espera-se que o mesmo desse-lhe a resposta que talvez não fosse o melhor a fazer. Virou os olhos para a esquerda e depois para a direito, e logo depois para trás e por fim para frente. Passou pelos portões e deu de cara com um espaço enorme sem nenhum movimentação, pelo motivo das aulas ainda não terem começado. Entrou no enorme edifício e logo deu de caras com um senhora que estava sentada atrás de uma mesa com uma pilha de papeis, inscrições para se mais exata. Aproximou-se da mesa chamando atenção a senhora de cabelos roxo-escuros e olhos azuis.
-Seja bem-vinda! Veio aqui se inscrever, certo?
-Hai!
A mulher de cabelos roxos olhou para a rapariga de cabelos cor de vinho e olhos claros parecia analisa-la. Sentiu a grande reiatsu que a rapariga à sua frente tinha, sentia a frieza e a solidão presentes na vida que levou até aquele momento. Tinha qualidade para se tornar uma boa shinigami mas senti-a insegura.
-Sentes-te insegura? Não há nada para ter medo, querida! A Academia ira-lhe dar um lugar para dormir se não tiver família.
-Eu não sabia disso. – murmurou apertando o papel na sua mão esquerda.
-Se quer inscrever-se tem de me dar alguns dados, tudo bem?
-Hai!
-Muito bem, qual seu nome completo? Podes dizer só o sobrenome e o nome, não precisas de inventar um completo. Se és uma alma nem deves lembrar-te disso.
-Hai! Meu nome é Ishikawa Kiyomi.
-Muito bem. De que parte do Rukongai vieste?
-Inuzuri, 78º distrito.
-Vieste de muito longe. Admiro-me por ter chegado a tempo. – a mulher de cabelos roxos falou sorrindo logo depois. –Muito bem, terás que voltar aqui amanhã para ver em que turma irás estar e depois podes buscar o teu uniforme.
-Arigatou!
-Já agora, sou Kimura Minori.
-Eu serei professora da turma B-2, ficarei muito contente se fores minha aluna.
-Hai!
-Por acaso só sabes dizer “sim” e o teu nome? – Minori perguntou cruzando os braços encima da mesa e inclinando-se para a frente.
-Não, mas não vejo motivo para dizer outra coisa! – Kiyomi respondeu piscando um pouco os olhos.
-Tens família? – Minori perguntou.
-Por que queres saber? Faz parte da inscrição? – Kiyomi perguntou um pouco aflita.
-Acalma-te, não tem nada a ver com a inscrição. No entanto pareces bem cansada e suja, maltratada também. Resumindo… Tens para onde ir?
-Não, não tenho! – respondeu por fim abaixando o olhar.
-Então, eu convido-te a vir para a minha casa.
-Eh?! Não, eu não posso aceitar. Iria ser um incómodo ter alguém como eu na tua própria casa. – Kiyomi falou rapidamente movendo os braços agitadamente.
Minori riu com a forma como Kiyomi tentava negar o pedido.
-Não te preocupes com isso. Não vai ser nenhum incómodo, aposto que tens estado sozinha por todo este tempo.
-Mais ou menos!
-Bem, se puderes esperar por mim mais dez minutos podemos ir. Tudo bem?
-Hai! Eu vou esperar lá fora.
-Arigatou! E não fuja, irei persegui-la se fugir. – Minori disse sorrindo para não assustar Kiyomi mais ainda.
Kiyomi retirou-se do edifício principal com uma rápida vénia para a frente. Encostou-se na parede de fora da Academia, levantou a cabeça ao alto e fixou os olhos no céu limpo onde as nuvens não existiam. Ao longe pode ouvir alguém a falar, uma voz aborrecida e a outra irritada.
-Eu já disse que será o melhor para ti, Karin.
-Para mim ou para ti, Ichi-nii? Eu sei que ir para ao Zero Bantai é uma grande oferta mas porque tinhas de deixar-me nas mãos da Kuukaku? Eu sei muito bem cuidar de mim.
-Não é por mim! Eu só não quero que te metas em confusões enquanto estou fora. Além do mais, Kuukaku é família confio mais nela do que deixar-te com os Kuchiki.
-Eu não vou meter-me em confusão. Eu sei cuidar de mim.
-Como? Ficando no Rukongai com tamanha reiatsu que tens? Eu não te percebo, Karin. Antes querias tornar-te uma shinigami mas desde que encontrei-te a vaguear pelo Rukongai e depois de ter-te levado para dentro da Seireitei algo fez-te mudar de ideias. E eu quero saber o que foi.
-Não se passou nada. Eu só acho que não sirvo para ser uma shinigami.
-Eu também pensava assim, e olha como estou agora. Diferente? Acho que sim.
-Como quiseres, eu entro na Academia Shinigami. – Karin disse aborrecida com a teimosia de seu irmão mais velho.
-Então anda mais depressa antes que as inscrições se fechem.
Kiyomi olhou na direção do dois e os analisou de cima a baixo, a rapariga que o mais velho tinha-lhe chamado de Karin era um pouco alta mas mais baixa do que o outro, pele alva, olhos pretos tal como seus cabelos amarrados num rabo-de-cavalo no alto da cabeça. Usava um kimono simples, meio que um trapo. Eram as vestes de um dos Distritos do Rukongai. O outro, tinha cabelos laranja arrepiados, olhos castanhos, alto, musculoso, moreno. Usava o shihakusho com um manto branco por cima, e suas zanpakutous eram duas. Uma presa nas suas costas e a outra na sua cintura. Tinha sido tratado por Ichi-nii.
Os olhos de Kiyomi e de Karin se encontraram fazendo a rapariga de cabelos escuros parar de andar e encarar a rapariga de pela alva e de olhos tão claros como a lua. O homem que acompanhava Karin olhou para onde sua irmã mais nova encarava reparando em Kiyomi. Ele se aproximou tal como Karin e pararam a dois metros da mesma.
-Vieste inscrever-te? – Karin perguntou.
-Já inscrevi-me. – respondeu sem grandes emoções.
-Meu nome é Kurosaki Ichigo. E está é a minha irmã Kurosaki Karin, mas ficará inscrita como Shiba Karin.
-Prazer! – Karin falou enquanto Kiyomi acenou com a cabeça.
-Chamo-me Ishikawa Kiyomi. No entanto, acho melhor te despachares. Não falta muito tempo para as inscrições fecharem. – Kiyomi avisou fazendo Karin correr para dentro enquanto Ichigo ficou a frente de Kiyomi. –Posso perguntar porque me encara dessa maneira?
-Eu não te conheço por acaso? – Ichigo questionou a encarando cada vez mais.
-Receio que isso seja impossível.
-Fazes lembrar-me alguém mas não estou a ver quem.
-Isso é estranhamento esquisito. – Kiyomi murmurou cruzando os braços e olhando novamente para o céu.
-Tens uma grande reiatsu! – Ichigo comentou.
-Tu também!
-Ichi-nii, já inscrevi-me! – Karin interrompeu o silêncio que se tinha instalado.
-Ótimo, vamos então. Vemo-nos por ai, Kiyomi!
-Espero ver-te na Academia em breve, Kiyomi. – Karin disse acenando em forma de despedida à medida que se ia distanciando.
-Mas que dia. –Kiyomi murmurou voltando a olhar para o céu.
-Vamos andando, Kiyomi-chan? – Minori perguntou assim que saiu pelos portões.
-Hai!
O dia tinha chegado e Minori tinha dado abrigo a Kiyomi na sua casa, sabia que a menina tinha um enorme potencial e podia ser morta por Hollows que andavam pelas redondezas. Algo que a Gotei 13 tinha que resolver rapidamente pois as aulas na Academia iam começar daqui a nada.
Minori levantou-se e preparou tudo para a ida a Academia. Acordou Kiyomi que já estava meio acordada com o barulho dos pássaros e entregou-lhe o uniforme da Academia. Era constituído por um shitagi vermelho, um kosode branco, um hakama vermelho, um hakama-himo também vermelho, um tabi branco e as típicas sandálias. Assim que Kiyomi já estava pronta saíram as duas de casa e caminharam calmamente pelas ruas confusas da Seireitei.
A Academia estava cheia de alunos novos prontos para aprenderem. Kiyomi teve que ficar sozinha já que Minori tinha que fazer algo e os alunos ainda não podiam entrar dentro dos estabelecimentos por precaução. Sendo assim, Kiyomi ficara encostada numa das paredes do grande edifício sem ser incomodada. Até que ouviu uma voz muito familiar.
-Ohayo, Kiyomi!
-Ohayo, Karin!
-Já sabes em que turma estas? – Karin perguntou encostando-se na mesma parede que Kiyomi.
-Não! Não sabia que já podíamos saber a nossa turms. – respondeu Kiyomi olhando para Karin pelo canto do olho.
-Eu estou na turma B-1, e pelo que vi tu também.
-Então, Minori não é nossa professora. Ela está encarregada pela turma B-2.
-Pois é! Ficamos com um tal de Shimizu Haruo. Pelo que eu sei, ele tem sangue do Clã Kuchiki.
-Um dos quatro Clãs mais Nobres da Soul Society? – Kiyomi perguntou olhando para Karin.
-Hai! Não sem muito sobre eles. – Karin revelou dando de ombros e olhando para a entrada da Academia onde os portões estavam a ser fechados. –Parece que vai começar o tormento.
-Acho que sim.
*Eu costumava estar sozinha…*
*Eu costumava andar sem rumo algum…*
*Eu costumava ser um zé-ninguém…*
(…)
Inuzuri, 78º distrito do Rukongai. Conhecido também pelo nome de “O Beco das Almas Flutuantes do Sul”. Era um dos distritos mais calmos do Rukongai embora a pobreza fosse ao contrário. As almas que paravam ali quase não tinham por onde começar, era quase impossível entrar ou constituir uma família com a enorme pobreza que imanava naquele lugar. E isso era provado ao olharmos para várias crianças de almas quebradas que a única maneira que achavam para sobreviver era roubar aos comerciantes.
-Já viu aquela rapariga?
-Sim, sim! Dizem que quem olhar para ela irá ser queimado em três segundos e só restaram as cinzas.
-Alguém como ela deveria ser morta pelos shinigamis.
-Não seja parva, os shinigamis têm mais do que fazer.
-Está querendo fazer isso pelas próprias mãos?
-Não, claro que não.
-No entanto ninguém a quer ajudar, ela é uma aberração, um monstro, uma maldição.
O lixo jogado contra seu corpo era ignorado por aquela alma sozinha e solitária, era como se nem sentisse o impacto que as latas ou vidro causavam. Andava sem rumo, querendo achar um lugar onde seria aceite. Não tinha matado ninguém por querer, não iam morrer se a olhassem nos olhos, era tudo um mal-entendido. Sim, era verdade que queimará uma pessoa até só restar as cinzas mas tinha acontecido algo antes. Sim, era inocente e no entanto, não era.
A pessoa que morrerá queimada fora a pessoa que a maltratava, que a encontrará inconsciente na floresta e dissera que ela lhe pertencia. Ela não se lembrava de quem era, tinha perdido a memória e não sabia onde estava. Os maltratos pelo homem estavam presentes nos seus pulsos e tornozelos, as correntes que lhe tinham posto tinham deixado marcas. Marcas aquelas que lhe traziam más e dolorosas memórias. O queimará vivo quando o mesmo a baterá e a irritará causando o acidente.
-Os olhos dela são os mais assustadores, quem é que tem os seus olhos azuis de um quase branco?
-Tens razão, mas o cabelo dela também é estranho. Onde já se viu cabelos magenta quase vermelhos.
-Ela é um zé-ninguém.
(…)
*Eu costumava ignorar tudo o que eles diziam!*
*Eu costumava fingir não sentir a dor das palavras ditas!*
*Mas na verdade, só queria chorar!*
(…)
A brisa soprava leve e calma mas era forte o suficiente para levantar poeira e alguns papéis caídos no chão, onde um deles prendeu-se nos pés da rapariga de olhos azuis quase brancos e cabelos magenta quase vermelhos. Olhou para baixo e viu o que era, uma publicidade para a entrada para a Academia de Shinigamis. Olhou para o céu e depois olhou ao seu redor percebendo os olhares de desprezo e frieza. Suspirou alto e inclinou-se para a frente apanhando o papel. Olhou com muita atenção e no fundo estava a data onde as inscrições iam ser encerradas. Tinha até as três da tarde para se inscrever na Academia.
Dobrou o papel em dois e começou a andar em direção da Academia, ia demorar algum tempo para lá chegar mas com muito esforço e passando por atalhos que a mesma conhecia conseguiu chegar a Academia vinte minutos antes de as inscrições fecharem. Respirou fundo tentando tranquilizar a sua respiração ofegante antes de entrar por os enormes portões. Pôs a mão livre no peito sentindo seu coração bater aceleradamente. Deu dois passos e parou, olhou o céu como espera-se que o mesmo desse-lhe a resposta que talvez não fosse o melhor a fazer. Virou os olhos para a esquerda e depois para a direito, e logo depois para trás e por fim para frente. Passou pelos portões e deu de cara com um espaço enorme sem nenhum movimentação, pelo motivo das aulas ainda não terem começado. Entrou no enorme edifício e logo deu de caras com um senhora que estava sentada atrás de uma mesa com uma pilha de papeis, inscrições para se mais exata. Aproximou-se da mesa chamando atenção a senhora de cabelos roxo-escuros e olhos azuis.
-Seja bem-vinda! Veio aqui se inscrever, certo?
-Hai!
A mulher de cabelos roxos olhou para a rapariga de cabelos cor de vinho e olhos claros parecia analisa-la. Sentiu a grande reiatsu que a rapariga à sua frente tinha, sentia a frieza e a solidão presentes na vida que levou até aquele momento. Tinha qualidade para se tornar uma boa shinigami mas senti-a insegura.
-Sentes-te insegura? Não há nada para ter medo, querida! A Academia ira-lhe dar um lugar para dormir se não tiver família.
-Eu não sabia disso. – murmurou apertando o papel na sua mão esquerda.
-Se quer inscrever-se tem de me dar alguns dados, tudo bem?
-Hai!
-Muito bem, qual seu nome completo? Podes dizer só o sobrenome e o nome, não precisas de inventar um completo. Se és uma alma nem deves lembrar-te disso.
-Hai! Meu nome é Ishikawa Kiyomi.
-Muito bem. De que parte do Rukongai vieste?
-Inuzuri, 78º distrito.
-Vieste de muito longe. Admiro-me por ter chegado a tempo. – a mulher de cabelos roxos falou sorrindo logo depois. –Muito bem, terás que voltar aqui amanhã para ver em que turma irás estar e depois podes buscar o teu uniforme.
-Arigatou!
-Já agora, sou Kimura Minori.
-Eu serei professora da turma B-2, ficarei muito contente se fores minha aluna.
-Hai!
-Por acaso só sabes dizer “sim” e o teu nome? – Minori perguntou cruzando os braços encima da mesa e inclinando-se para a frente.
-Não, mas não vejo motivo para dizer outra coisa! – Kiyomi respondeu piscando um pouco os olhos.
-Tens família? – Minori perguntou.
-Por que queres saber? Faz parte da inscrição? – Kiyomi perguntou um pouco aflita.
-Acalma-te, não tem nada a ver com a inscrição. No entanto pareces bem cansada e suja, maltratada também. Resumindo… Tens para onde ir?
-Não, não tenho! – respondeu por fim abaixando o olhar.
-Então, eu convido-te a vir para a minha casa.
-Eh?! Não, eu não posso aceitar. Iria ser um incómodo ter alguém como eu na tua própria casa. – Kiyomi falou rapidamente movendo os braços agitadamente.
Minori riu com a forma como Kiyomi tentava negar o pedido.
-Não te preocupes com isso. Não vai ser nenhum incómodo, aposto que tens estado sozinha por todo este tempo.
-Mais ou menos!
-Bem, se puderes esperar por mim mais dez minutos podemos ir. Tudo bem?
-Hai! Eu vou esperar lá fora.
-Arigatou! E não fuja, irei persegui-la se fugir. – Minori disse sorrindo para não assustar Kiyomi mais ainda.
Kiyomi retirou-se do edifício principal com uma rápida vénia para a frente. Encostou-se na parede de fora da Academia, levantou a cabeça ao alto e fixou os olhos no céu limpo onde as nuvens não existiam. Ao longe pode ouvir alguém a falar, uma voz aborrecida e a outra irritada.
-Eu já disse que será o melhor para ti, Karin.
-Para mim ou para ti, Ichi-nii? Eu sei que ir para ao Zero Bantai é uma grande oferta mas porque tinhas de deixar-me nas mãos da Kuukaku? Eu sei muito bem cuidar de mim.
-Não é por mim! Eu só não quero que te metas em confusões enquanto estou fora. Além do mais, Kuukaku é família confio mais nela do que deixar-te com os Kuchiki.
-Eu não vou meter-me em confusão. Eu sei cuidar de mim.
-Como? Ficando no Rukongai com tamanha reiatsu que tens? Eu não te percebo, Karin. Antes querias tornar-te uma shinigami mas desde que encontrei-te a vaguear pelo Rukongai e depois de ter-te levado para dentro da Seireitei algo fez-te mudar de ideias. E eu quero saber o que foi.
-Não se passou nada. Eu só acho que não sirvo para ser uma shinigami.
-Eu também pensava assim, e olha como estou agora. Diferente? Acho que sim.
-Como quiseres, eu entro na Academia Shinigami. – Karin disse aborrecida com a teimosia de seu irmão mais velho.
-Então anda mais depressa antes que as inscrições se fechem.
Kiyomi olhou na direção do dois e os analisou de cima a baixo, a rapariga que o mais velho tinha-lhe chamado de Karin era um pouco alta mas mais baixa do que o outro, pele alva, olhos pretos tal como seus cabelos amarrados num rabo-de-cavalo no alto da cabeça. Usava um kimono simples, meio que um trapo. Eram as vestes de um dos Distritos do Rukongai. O outro, tinha cabelos laranja arrepiados, olhos castanhos, alto, musculoso, moreno. Usava o shihakusho com um manto branco por cima, e suas zanpakutous eram duas. Uma presa nas suas costas e a outra na sua cintura. Tinha sido tratado por Ichi-nii.
Os olhos de Kiyomi e de Karin se encontraram fazendo a rapariga de cabelos escuros parar de andar e encarar a rapariga de pela alva e de olhos tão claros como a lua. O homem que acompanhava Karin olhou para onde sua irmã mais nova encarava reparando em Kiyomi. Ele se aproximou tal como Karin e pararam a dois metros da mesma.
-Vieste inscrever-te? – Karin perguntou.
-Já inscrevi-me. – respondeu sem grandes emoções.
-Meu nome é Kurosaki Ichigo. E está é a minha irmã Kurosaki Karin, mas ficará inscrita como Shiba Karin.
-Prazer! – Karin falou enquanto Kiyomi acenou com a cabeça.
-Chamo-me Ishikawa Kiyomi. No entanto, acho melhor te despachares. Não falta muito tempo para as inscrições fecharem. – Kiyomi avisou fazendo Karin correr para dentro enquanto Ichigo ficou a frente de Kiyomi. –Posso perguntar porque me encara dessa maneira?
-Eu não te conheço por acaso? – Ichigo questionou a encarando cada vez mais.
-Receio que isso seja impossível.
-Fazes lembrar-me alguém mas não estou a ver quem.
-Isso é estranhamento esquisito. – Kiyomi murmurou cruzando os braços e olhando novamente para o céu.
-Tens uma grande reiatsu! – Ichigo comentou.
-Tu também!
-Ichi-nii, já inscrevi-me! – Karin interrompeu o silêncio que se tinha instalado.
-Ótimo, vamos então. Vemo-nos por ai, Kiyomi!
-Espero ver-te na Academia em breve, Kiyomi. – Karin disse acenando em forma de despedida à medida que se ia distanciando.
-Mas que dia. –Kiyomi murmurou voltando a olhar para o céu.
-Vamos andando, Kiyomi-chan? – Minori perguntou assim que saiu pelos portões.
-Hai!
O dia tinha chegado e Minori tinha dado abrigo a Kiyomi na sua casa, sabia que a menina tinha um enorme potencial e podia ser morta por Hollows que andavam pelas redondezas. Algo que a Gotei 13 tinha que resolver rapidamente pois as aulas na Academia iam começar daqui a nada.
Minori levantou-se e preparou tudo para a ida a Academia. Acordou Kiyomi que já estava meio acordada com o barulho dos pássaros e entregou-lhe o uniforme da Academia. Era constituído por um shitagi vermelho, um kosode branco, um hakama vermelho, um hakama-himo também vermelho, um tabi branco e as típicas sandálias. Assim que Kiyomi já estava pronta saíram as duas de casa e caminharam calmamente pelas ruas confusas da Seireitei.
A Academia estava cheia de alunos novos prontos para aprenderem. Kiyomi teve que ficar sozinha já que Minori tinha que fazer algo e os alunos ainda não podiam entrar dentro dos estabelecimentos por precaução. Sendo assim, Kiyomi ficara encostada numa das paredes do grande edifício sem ser incomodada. Até que ouviu uma voz muito familiar.
-Ohayo, Kiyomi!
-Ohayo, Karin!
-Já sabes em que turma estas? – Karin perguntou encostando-se na mesma parede que Kiyomi.
-Não! Não sabia que já podíamos saber a nossa turms. – respondeu Kiyomi olhando para Karin pelo canto do olho.
-Eu estou na turma B-1, e pelo que vi tu também.
-Então, Minori não é nossa professora. Ela está encarregada pela turma B-2.
-Pois é! Ficamos com um tal de Shimizu Haruo. Pelo que eu sei, ele tem sangue do Clã Kuchiki.
-Um dos quatro Clãs mais Nobres da Soul Society? – Kiyomi perguntou olhando para Karin.
-Hai! Não sem muito sobre eles. – Karin revelou dando de ombros e olhando para a entrada da Academia onde os portões estavam a ser fechados. –Parece que vai começar o tormento.
-Acho que sim.